Entrevista com o CEO da Zama: FHE vai remodelar a privacidade na blockchain

Neste episódio do podcast Wu Talk, Rand Hindi, CEO da Zama, explora em profundidade o potencial disruptivo da encriptação homomórfica total (FHE) no sector blockchain. Ele destaca que a FHE irá oferecer um equilíbrio crucial entre privacidade e escalabilidade. O protocolo da Zama acrescenta uma camada nativa de privacidade a blockchains públicas já existentes, como Ethereum e Solana, permitindo que as transações on-chain sejam verdadeiramente encriptadas e utilizáveis.

Rand também explica porque motivo a FHE se destaca entre as tecnologias de privacidade — em comparação com provas de conhecimento zero (ZK) ou computação multipartidária (MPC), a FHE é mais adequada para suportar transferências confidenciais de tokens e operações DeFi compossíveis. Além disso, partilha os mais recentes avanços tecnológicos da Zama, bem como o leilão de tokens confidenciais que está prestes a arrancar.

A transcrição de áudio foi realizada pelo GPT, podendo conter erros. Por favor, ouça o podcast completo no Xiaoyuzhou, YT, etc. As opiniões do autor não representam as opiniões do Wu Talk. Por favor, cumpra rigorosamente as leis e regulamentos locais.

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Apresentação da Zama e do CEO Rand Hindi

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Hoje temos o prazer de receber o Dr. Rand Hindi, CEO da Zama. Bem-vindo. Pode apresentar-se brevemente e contar-nos como surgiu a ideia de fundar a Zama?

Rand: Olá a todos, sou o Rand, atualmente CEO da Zama. Comecei a programar aos 10 anos e fundei a minha primeira empresa ainda adolescente, nos anos 90. Aos 21 anos fiz doutoramento em Inteligência Artificial — já lá vão mais de vinte anos. Depois, fundei uma das primeiras empresas de IA da Europa, que foi adquirida pela Sonos em 2019. Desde 2020, comecei a construir a Zama com o meu cofundador Pascal Paillier, um dos inventores da encriptação homomórfica total (FHE).

Estou no sector das criptomoedas desde 2013, tendo já passado por quatro ciclos completos. Também sou investidor em mais de 100 empresas, em áreas como biotecnologia, IA e cripto.

Ehan: Houve algum momento-chave em que percebeu que a “privacidade” seria a principal limitação da IA e da blockchain?

Rand: Se recuar ao início do meu interesse pela privacidade, tudo começou na minha primeira empresa — uma plataforma social fundada na adolescência. Ao ver os dados dos utilizadores a entrar constantemente nos servidores, percebi que havia algo errado. Ser o fundador não me dava o direito de aceder a toda essa informação privada.

Mais tarde, durante o doutoramento, trabalhei com IA na área da genética, lidando com grandes volumes de dados médicos, como ADN. Isso reforçou a minha convicção de que, para a IA evoluir, a privacidade tem de ser um alicerce.

Quando entrei no mundo blockchain, achei estranho: no mundo real ninguém mostra a conta bancária ao vizinho, mas na blockchain tudo é público — não faz sentido.

Por isso, para mim, a privacidade não é um problema isolado de IA ou blockchain, mas sim uma capacidade fundamental que todos os produtos digitais devem ter.

Análise das diferenças entre FHE e outras tecnologias de privacidade

Ehan: Para quem está a começar nesta área, qual a diferença essencial entre FHE (encriptação homomórfica total), ZK e MPC?

Rand: No stack tecnológico da privacidade on-chain, há quatro categorias principais: FHE, MPC, ZK e TEE. Só a FHE reúne as três características: “segurança, compossibilidade e verificabilidade”.

A FHE oferece uma encriptação tão forte que até resiste a ataques de computação quântica — ou seja, os dados encriptados hoje permanecem seguros mesmo com computadores quânticos no futuro. Por outro lado, o TEE revelou vulnerabilidades fundamentais — investigações recentes mostram problemas graves nas implementações da Intel, comprometendo todas as blockchains dependentes de TEE. A própria Intel afirma que protocolos descentralizados não estão abrangidos pelas suas garantias de segurança.

A MPC é excelente para gestão de chaves (e usamos na Zama para desencriptar saldos), mas como camada de computação, é limitada em escalabilidade e verificabilidade.

A ZK é poderosa, mas o seu maior entrave é a “não compossibilidade”. Pode transferir um token privado em ZK, mas é muito difícil fazer staking ou swaps mantendo a privacidade, o que impossibilita várias aplicações.

A FHE não tem esse problema: staking, swaps, empréstimos, qualquer operação DeFi pode ser feita de forma privada na mesma cadeia. E a escalabilidade da FHE é bastante direta: mais poder computacional, mais desempenho. Basta adicionar hardware para aumentar a velocidade.

Como a Zama utiliza simultaneamente FHE, MPC e ZK para implementar privacidade em blockchains públicas

Ehan: Como coexistem ZK, MPC e FHE no stack moderno de criptografia?

Rand: Na Zama, usamos os três. Não somos uma nova L1 ou L2, mas sim uma “camada de encriptação” sobre blockchains existentes (Ethereum, Solana, etc.), sem pontes cross-chain, permitindo suporte nativo a tokens e DeFi confidenciais. Pode imaginar isto como o “HTTPS da blockchain”.

A FHE gere toda a computação dos “estados encriptados” na cadeia — saldos, montantes, atualizações de estado, tudo processado como ciphertext. A MPC é usada para desencriptação segura, distribuindo as chaves por múltiplos nós para evitar controlo centralizado. A ZK serve para escalabilidade — estamos a desenvolver ZK-FHE, para que estados FHE possam correr em ZK Rollups.

Ehan: Como é feita a integração na EVM?

Rand: Para o programador, quase nada muda. Continua a escrever em Solidity, apenas adicionando algumas linhas para definir que campos são encriptados e quem pode desencriptar, e faz o deployment normalmente. Os utilizadores continuam a usar a sua carteira. Idealmente, nem percebem a presença da Zama, pois a experiência de utilização é idêntica.

Ehan: A Zama quer ser a camada de privacidade padrão de várias Layer2?

Rand: Exatamente, esse era o objetivo desde o início. A Zama foi concebida de raiz para ser multi-chain, sem competir com nenhuma L1 ou L2, mas sim acrescentando “confidencialidade” a Ethereum, Solana, Base, Tron, BNB, etc. Queremos que a privacidade seja, por defeito, disponível em qualquer cadeia.

Facilitar o desenvolvimento de smart contracts encriptados e escalar a FHE para uso real

Ehan: O que muda para os developers ao construir smart contracts encriptados com FHE da Zama?

Rand: Praticamente nada. Continua a escrever Solidity e a fazer deploy no Ethereum. Fornecemos uma biblioteca para marcar que campos são encriptados e quem pode desencriptar. Se estiver, por exemplo, a criar uma stablecoin confidencial, basta definir o saldo como inteiro encriptado e definir permissões de desencriptação — o utilizador vê o seu saldo, e caso precise de compliance, pode dar acesso a auditores. A Zama não impõe modelos de desenvolvimento, apenas fornece ferramentas para níveis de privacidade e compliance à medida.

Ehan: A FHE sempre foi vista como lenta e cara. Que avanços fez a Zama?

Rand: Antes da Zama, era verdade. No início, uma transferência confidencial demorava 10 minutos. Agora está quase 1000 vezes mais rápido, graças à profunda investigação — temos 37 doutorados, incluindo um dos inventores da FHE.

Atualmente, a FHE já é mais rápida que o Ethereum. Em GPU, atingimos 500–1000 TPS por cadeia (Solana, Base, Tron, etc.). Estamos a desenvolver ASICs FHE dedicados, que permitirão cerca de 100.000 TPS por servidor, com menor consumo energético.

A FHE já não é um problema matemático — resolvemos isso. Agora, é uma questão de poder computacional: quanto mais, mais rápido, e mais casos de uso suporta.

Ehan: Qual é o maior desafio técnico atual?

Rand: Hardware. Fazer um ASIC FHE é tão difícil como um ASIC de mineração de Bitcoin, exige um investimento de 30–50 milhões de dólares. Não é pouco, mas vale a pena para permitir pagamentos globais totalmente encriptados. O desafio é mais de tempo e capital do que científico.

Ehan: Quanto falta para que a FHE suporte aplicações para dezenas de milhões de utilizadores?

Rand: Já conseguimos suportar escala ao nível do Ethereum — centenas de milhões de utilizadores sem problema. Para aplicações mais pesadas, como trading de contratos perpétuos ou IA confidencial, precisamos de hardware mais potente e ASICs. Mas a maioria dos casos de milhões de utilizadores já está coberta hoje; para cenários de throughput extremo, será plenamente viável nos próximos quatro anos.

Ehan: Qual o caminho para computação encriptada em tempo real?

Rand: Continua a ser hardware. A FHE é intrinsecamente segura — nem a computação quântica a quebra, e suporta qualquer cálculo: DeFi, stablecoins, trading, IA, tudo. Só falta aumentar a velocidade.

Como garantir compliance e auditabilidade em computação confidencial

Ehan: Como equilibrar privacidade e auditabilidade? Como é que a Zama garante que a computação confidencial não diminui a segurança ou a transparência regulatória?

Rand: É importante esclarecer: tudo o que fazemos é para aplicações legítimas e legais. Queremos que bancos, instituições financeiras, empresas, startups possam construir aplicações privadas e compliant. O protocolo Zama não encripta nada por si só — fornecemos ferramentas, e são os developers/token issuers que decidem o que encriptar e quem pode aceder.

Por exemplo, ao emitir uma stablecoin com transferências confidenciais, os saldos e valores são encriptados. O utilizador pode ver o seu saldo, mas pode dar permissão ao emissor para consultar certas transações em caso de auditoria (ex: AML).

É igual ao mundo real: vê a sua conta bancária, o banco também, mas o vizinho não. Queremos trazer este modelo para a blockchain pública.

Ehan: A computação encriptada afeta o MEV, ordenação ou fairness nas L1/L2?

Rand: De modo algum. Estamos por cima da L1/L2, não substituímos nada. Não mudamos a ordenação, nem o consenso, nem a arquitetura do sistema. Todas as regras de “o que é encriptado” e “quem pode desencriptar” continuam a ser definidas na L1 da aplicação.

Pense na Zama como um “coprocessador de encriptação” para blockchains. Acrescenta privacidade sem alterar a cadeia. Nem é preciso integração ativa: basta fazer deploy dos contratos Zama na cadeia, e todos os developers e utilizadores podem usar.

Aplicações práticas de FHE: pagamentos confidenciais, distribuição de tokens e DeFi privado compossível

Ehan: Que cenários do sector cripto vão adotar FHE primeiro?

Rand: Vemos muitos, mas “pagamentos” é o mais óbvio. Se quer usar stablecoins como conta bancária, a privacidade é essencial. Projetos como o Ray Cash já constroem “bancos on-chain” não custodiais, com stablecoins privadas — saldos privados, mas pode fazer staking, swap, pagamentos com cartão, transferências internacionais. Em países sujeitos a falências bancárias ou congelamento de fundos, ativos cripto encriptados dão enorme segurança.

Outro caso claro é a distribuição de tokens. Vamos lançar o token Zama confidencial — cada um recebe a sua parte, sem saber a dos outros. Isto é crucial para fairness e evitar conflitos desnecessários.

Também para trading: hoje, sempre que um whale move tokens, as redes sociais explodem. Swaps, depósitos e trades confidenciais com FHE eliminam esse ruído de mercado.

Portanto, a questão não é “o que pode a FHE fazer”, mas sim “o que no futuro não precisará de FHE?” Não vejo quase exceções.

Ehan: Por que razão os leilões cripto são especialmente adequados para FHE?

Rand: Leilão e privacidade são aliados naturais. O IPO da Google usou leilão holandês selado para garantir distribuição justa e price discovery genuíno. Trouxemos o mesmo mecanismo para a blockchain usando FHE.

No leilão de tokens Zama, os utilizadores licitam com stablecoins encriptadas — os níveis de preço são públicos, mas o valor da sua licitação é sempre privado. Todos compram ao mesmo clearing price, com reembolso automático das diferenças. Todo o processo decorre na mainnet Ethereum, via tecnologia Zama.

Ehan: Que aplicações só a FHE pode fazer (e a ZK não)?

Rand: Qualquer cenário que exija simultaneamente privacidade e compossibilidade. A ZK permite transferências privadas, mas falha em staking, swaps, empréstimos ou uso de identidades privadas cross-contract. A FHE permite todos estes casos com privacidade e compossibilidade.

Ehan: Como facilitam o desenvolvimento com FHE?

Rand: O segredo é integração transparente nas ferramentas dos developers. No Ethereum ou Base, continua a usar Solidity, só precisa importar o SDK Zama; no Solana, usa a nossa biblioteca Rust. Não há necessidade de aprender linguagens novas nem mudar hábitos.

O developer só tem de continuar a fazer o que sabe: programar, lançar, iterar. O nosso objetivo é garantir essa fluidez.

Como a FHE permite IA privada e suporte a interações confidenciais entre agentes IA

Ehan: Antes da Zama já trabalhava em IA. Como vê o papel da FHE no desenvolvimento de “IA privada” on-chain e off-chain?

Rand: É simples: se todos podem ver o seu prompt, a IA nunca poderá estar on-chain. Simplesmente não é viável. Portanto, é obrigatório usar FHE ou tecnologia semelhante para operar IA com segurança em infraestruturas públicas. Privacidade profunda (deep confidentiality) é indispensável para IA.

E não é só para correr modelos de IA — se quiser que Agents de IA possam efetuar pagamentos, certamente quer que esses pagamentos sejam privados.

Protocolos de pagamento entre agentes (como X402) só podem escalar com FHE a encriptar os pagamentos.

Não veja a FHE apenas como um componente de aplicações — deve ser uma “base de privacidade” em todos os sistemas. Como o HTTPS: ao navegar, os dados estão encriptados; ao usar Signal, Telegram, WhatsApp, as mensagens estão encriptadas. Ninguém pensa “estou a usar criptografia”, pois já é padrão.

Queremos o mesmo para a blockchain: privacidade como padrão, sem que o utilizador tenha de se preocupar.

Ehan: A FHE pode resolver o “problema de confiança” em decisões financeiras de agentes IA?

Rand: Para confiar num modelo IA, é preciso fornecer dados pessoais. E ao fazê-lo, quer garantir que esses dados são privados. Se queremos IA verdadeiramente personalizada, a privacidade é condição essencial — sem ela, é impossível.

Expansão organizacional da Zama, estratégia de compliance e caminho para tornar a privacidade blockchain um standard

Ehan: Com a regulamentação global da privacidade a apertar, como é que a FHE se integra no compliance?

Rand: A Zama não define “compliance” — só oferece ferramentas. São developers e emissores de tokens que decidem que dados encriptar, quem pode aceder e como. O nosso papel é fornecer infraestruturas para que possam cumprir as suas necessidades regulatórias.

Ehan: Pode falar do tamanho da equipa e do funcionamento da Zama?

Rand: Somos cerca de 100 pessoas, com 37 doutorados — uma das maiores equipas de investigação em FHE e criptografia. O meu cofundador, Pascal Paillier, é o inventor do esquema Paillier FHE, e colaboramos com académicos de topo como o Prof. Nigel Smart.

Até agora arrecadámos mais de 150 milhões de dólares em financiamento, com uma avaliação de 1,2 mil milhões, de investidores como Multicoin, Pantera, Protocol Labs, entre outros. Estes recursos dão-nos capacidade e runway para tornar a FHE infraestrutural nas blockchains.

Ehan: A Zama concluiu recentemente uma nova ronda de financiamento. Como é a relação com os investidores?

Rand: Desde o início, os investidores foram muito apoiantes. Sabiam que era preciso anos de desenvolvimento antes da comercialização, mas apostaram pela visão e pelo impacto potencial na blockchain e IA. Agora, com o protocolo já em produção e a escalar rapidamente, tudo isto só foi possível graças à experiência e compromisso dos investidores ao longo de múltiplos ciclos cripto.

Ehan: Como vê o futuro da privacidade na blockchain nos próximos três a cinco anos?

Rand: Acredito que a privacidade em blockchain vai repetir a história do HTTPS e das comunicações encriptadas: avança lentamente no início e depois torna-se o padrão. Assim que os utilizadores perceberem que podem ter privacidade on-chain, não vão aceitar mais experiências sem privacidade. O objetivo da Zama é ser a tecnologia de base a impulsionar esta transição.

Ehan: Como garantem execução numa equipa tão focada em investigação?

Rand: A investigação demora anos, por isso dividimos os projetos em objetivos de curto e longo prazo. Alguns podem ser testados rapidamente, outros exigem investimento prolongado mas têm grande impacto. O mais importante é que todos percebam que já não somos só um instituto de investigação — somos uma empresa real, com utilizadores que dependem do nosso protocolo, e temos de entregar produto continuamente.

Ehan: Que desafios organizacionais tiveram ao passar de equipa de investigação a empresa real?

Rand: O mais difícil foi fundar a empresa em plena pandemia. Fazer investigação avançada remotamente é muito difícil — muita discussão de base exige quadro branco e presença física. Tivemos de criar processos e frameworks próprios para colaboração distribuída em investigação. Foi muito difícil, mas essencial para crescer e garantir sustentabilidade.

Próximos marcos: lançamento da mainnet e leilão de tokens

Ehan: Que eventos importantes podem esperar os membros da comunidade Zama nos próximos meses?

Rand: Os dois pontos mais importantes são: vamos lançar a mainnet até ao final do ano; e em janeiro realizaremos o leilão do token Zama. Qualquer pessoa que precise do token — seja para operator, validator, contribuir para a segurança do protocolo ou developers que precisem do token para usar o protocolo — poderá adquiri-lo neste leilão.

Quero frisar: os tokens à venda destinam-se a um protocolo já construído e lançado na mainnet. Não é uma venda de “vamos construir algo no futuro”. É raro: um leilão público para um protocolo já existente. E o leilão será inteiramente conduzido com a nossa própria tecnologia — algo totalmente novo.

Ehan: A Zama está a avançar rapidamente na FHE e em aplicações encriptadas. Qual o próximo objetivo-chave?

Rand: É claro: atingir 1000 TPS em GPU, depois 10.000, e finalmente 100.000 TPS em ASIC. O foco da Zama agora é simples — torná-la mais rápida, mais barata e disponível em mais blockchains. Estes são os próximos passos.

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