No mês passado perdi quase 40%.

Não foi por não ver o sinal, foi por não o aceitar. Vi, de olhos abertos, as velas vermelhas a caírem uma atrás da outra, repetindo para mim mesmo “vai recuperar, vai recuperar”, mas a recuperação nunca chegou e acabei foi por perder tudo. Depois percebi uma coisa: admitir o erro, quanto mais cedo, mais barato fica. Se hoje não carregares no botão do stop loss, amanhã o mercado faz-te a liquidação forçada e ainda te cobra uma taxa extra de insulto.

Agora tornei-me mais cauteloso nas negociações, mas sobrevivo por mais tempo.

Antes queria apanhar todos os movimentos, sofria muito de FOMO, via os outros a mostrar lucros e também queria entrar. Agora, quando vejo o grupo a gritar “moeda que vai dar 100x”, limito-me a sair e ir beber um copo de água. Não é que não sinta vontade, é que já fui educado — quanto mais queres ganhar, mais te agarras, quanto mais te agarras, mais facilmente fazes asneiras. Relaxa um pouco, deixa a situação desenrolar, acabas por evitar muitos buracos.

E agora, praticamente não falo das posições que tenho nos grupos. Se acertares, ninguém se lembra; se errares, ficam um ano a gozar contigo com screenshots. Se não tens certezas, guarda para ti — é uma lição aprendida com perdas.

Há pouco tempo vi uma frase que me marcou: a maior parte das pessoas a negociar criptomoedas não quer ganhar dinheiro, quer provar que é inteligente. Mas o mercado não quer saber se és inteligente, só quer saber quantas fichas ainda tens.

Enquanto tiveres capital, continuas na mesa.

Se calhar, esta foi a lição mais cara que aprendi nestes últimos anos.