A queda do bitcoin superior a 30% em relação ao máximo histórico sublinhou a volatilidade característica das criptomoedas. No entanto, dados históricos indicam que tais oscilações fazem parte do padrão normal de funcionamento do bitcoin e frequentemente precedem um novo rally, escreve a CNBC.

No final de novembro, o preço do bitcoin desceu para $80 000, o que representa uma queda de 36% face ao máximo histórico de $126 000, atingido anteriormente em outubro. Na quinta-feira, o bitcoin negociava-se em torno dos $93 000, recuperando parte das perdas, mas ainda assim 26% abaixo do pico.

Os analistas salientam que, apesar dos números assustadores, a correção atual enquadra-se nos limites históricos dos ciclos de mercado:

Ciclo atual. De acordo com a CoinDesk Data, o bitcoin já sofreu uma retração de 32,7% entre março e agosto de 2024 e de 31,7% entre janeiro e abril de 2025.
Ciclo de 2017. Nesse ano, registaram-se duas quedas de cerca de 40% e uma descida de 29% em novembro, antes de um novo recorde ser estabelecido em dezembro.
Ciclo de 2021. Verificaram-se quedas de 31% e 26% no início do ano, seguidas de uma correção superior a 55% (em resultado da proibição da mineração na China), após o que o mercado recuperou para novos máximos em novembro.
“Observando os ciclos anteriores, pode-se afirmar que a volatilidade desta magnitude está em linha com as tendências de longo prazo”, afirmou Jacob Joseph, analista sénior da CoinDesk Data.

O sentimento dos investidores é ensombrado pelos receios quanto ao fim do mercado “bull”. Normalmente, o “inverno cripto” é caracterizado por uma queda de preços entre 70% e 80% desde o pico. Tal ainda não aconteceu, mas a mera possibilidade deste cenário leva os participantes do mercado a agir com cautela.