O dólar acabou de sofrer uma queda — a mais acentuada desde outubro. O que está por trás desta descida? Novos números do emprego nos EUA apresentaram um cenário mais sombrio do que os analistas antecipavam, levando os traders a reforçarem as apostas de que a Reserva Federal vai cortar as taxas de juro quando se reunir na próxima semana.

O sentimento de mercado mudou rapidamente. Dados fracos de emprego costumam indicar arrefecimento económico, o que geralmente leva os bancos centrais a flexibilizar a política monetária. Neste momento, as probabilidades de um corte nas taxas estão a aumentar e os mercados cambiais estão a reagir em conformidade. A retração do dólar reflete a crescente confiança de que os decisores políticos vão dar prioridade ao apoio ao crescimento em detrimento do combate à inflação — pelo menos por agora.

Com a reunião da Fed na próxima semana a aproximar-se, a volatilidade pode intensificar-se. Os investidores preparam-se para possíveis surpresas e o posicionamento está a tornar-se mais defensivo. Resta saber se isto marca um ponto de viragem ou apenas mais uma oscilação de curto prazo, mas uma coisa é clara: os dados macroeconómicos estão a conduzir a narrativa e os mercados estão atentos a cada novo indicador.