A minha conclusão vem já no início: Esta vaga de inflação assemelha-se mais a um “rebound pontual”, sendo pouco provável que evolua para uma inflação galopante e prolongada.
Vamos analisar ponto por ponto—
1️⃣ O ponto mais facilmente mal interpretado
Muita gente pensa:
Basta haver política monetária expansionista = Inflação elevada garantida
Mas a realidade não é assim.
Durante toda a década de 2010, os EUA tiveram taxas de juro ultra-baixas + injeção massiva de liquidez,
mas a inflação ficou persistentemente baixa.
👉 mostra uma coisa:
A inflação é, antes de mais, um “problema de oferta”, só depois um “problema monetário”.
2️⃣ Porque dizemos que “a inflação é antes de mais um problema de oferta”?
As duas verdadeiras grandes vagas inflacionistas da História não resultaram apenas de impressão de moeda:
🔸 Grande inflação dos anos 70 → Embargo petrolífero, corte no fornecimento de energia
🔸 Grande inflação de 2022 → Pandemia afetou as cadeias de abastecimento globais
💰 A expansão monetária foi apenas “combustível”, não a “faísca inicial”
Depois de 2023:
✅ A oferta recuperou
✅ A tendência da inflação é descendente
O ligeiro aumento do terceiro trimestre deste ano deve-se sobretudo a:
👉 Efeito de transmissão do aumento de custos dos bens devido às tarifas
e não a uma “nova rutura na oferta”.
Por isso, esta vaga de inflação:
⚠️ É de aumento de custos
✅ Não é de descontrolo sistémico
3️⃣ Olhar para a “estrutura da inflação” esclarece melhor
A inflação divide-se essencialmente em três áreas:
🔋 Energia
📦 Bens
🏠 Serviços (incluindo habitação + núcleo super-core)
A situação atual é:
✅ Energia oscila em mínimos
✅ A inflação da habitação enfraqueceu até outubro (taxas de juro continuam altas)
✅ O núcleo super-core mantém-se estável (o consumo ainda sustenta)
📦 O verdadeiro motor do recente ligeiro aumento da inflação—
continua a ser o aumento dos custos dos bens por via das tarifas
E o ponto-chave:
👉 A transmissão é mais lenta do que o mercado esperava
👉 Por isso, até outubro, apesar de a inflação subir, o CPI ficou sempre abaixo das expectativas
4️⃣ Outro fator crucial: efeito de base
A inflação é um “dado relativo”:
📊 Ano a ano compara com o ano anterior
📈 Mês a mês compara com o mês anterior
Depois de uma ronda completa de transmissão do aumento de custos:
A base de comparação sobe
Mesmo que os preços se mantenham elevados e estáveis
👉 A variação anual e mensal tenderá a descer naturalmente
É verdade que:
✅ Os preços absolutos sobem sempre a longo prazo
(Desde os anos 70, os preços nos EUA triplicaram)
Mas isso é inflação moderada de longo prazo, não descontrolo.
Uma boa notícia agora é:
✅ A “taxa efetiva” das tarifas está estável, em torno de uma dezena de pontos percentuais
✅ E há possibilidade de mais isenções
5️⃣ A política é o “teto real da inflação”
A popularidade de Trump caiu acentuadamente,
e o principal motivo é apenas um — inflação + condições de vida.
Para as intercalares de 2026, isto é questão de vida ou morte.
Por isso já se nota:
✅ Isenções de tarifas sobre produtos agrícolas
✅ Forte pressão para baixar preços de medicamentos
✅ E mais medidas virão sobre produtos “sensíveis à inflação”
👉 A minha previsão:
Em determinado momento do próximo ano, a variação mensal da inflação dos bens pode mesmo ser negativa.
Só quando a variação mensal for negativa é que se pode falar em “queda real de preços”.
6️⃣ Prazos e ritmo (versão franca)
Antes, previa-se:
📌 Ligeira subida da inflação no 4.º trimestre
📌 Pico pontual no final do ano ou início do próximo
📌 Queda a seguir
Mas o problema agora é:
⚠️ Dois meses de shutdown governamental → ausência de dados
⚠️ Só quando sair o dado de inflação de novembro se pode confirmar o ponto de viragem
Por isso, só se pode concluir:
👉 A tendência é clara, mas o timing do ponto de viragem só pode ser seguido passo a passo.
🎯 Resumo final
✅ Esta vaga de inflação é pontual e transitória
❌ Pouco provável que evolua para uma inflação galopante como nos anos 70 ou em 2022
📉 O verdadeiro ponto de inflexão depende de:
Política de tarifas + variação mensal dos bens ser negativa
Uma mensagem para quem está ansioso com a inflação:
Desta vez, é mais um “fôlego”, não um novo corte.
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Vamos falar sobre uma das questões que mais preocupa toda a gente neste momento: será que a inflação voltará a ficar descontrolada?
A minha conclusão vem já no início: Esta vaga de inflação assemelha-se mais a um “rebound pontual”, sendo pouco provável que evolua para uma inflação galopante e prolongada.
Vamos analisar ponto por ponto—
1️⃣ O ponto mais facilmente mal interpretado
Muita gente pensa: Basta haver política monetária expansionista = Inflação elevada garantida Mas a realidade não é assim.
Durante toda a década de 2010, os EUA tiveram taxas de juro ultra-baixas + injeção massiva de liquidez, mas a inflação ficou persistentemente baixa.
👉 mostra uma coisa: A inflação é, antes de mais, um “problema de oferta”, só depois um “problema monetário”.
2️⃣ Porque dizemos que “a inflação é antes de mais um problema de oferta”?
As duas verdadeiras grandes vagas inflacionistas da História não resultaram apenas de impressão de moeda:
🔸 Grande inflação dos anos 70 → Embargo petrolífero, corte no fornecimento de energia 🔸 Grande inflação de 2022 → Pandemia afetou as cadeias de abastecimento globais 💰 A expansão monetária foi apenas “combustível”, não a “faísca inicial”
Depois de 2023: ✅ A oferta recuperou ✅ A tendência da inflação é descendente O ligeiro aumento do terceiro trimestre deste ano deve-se sobretudo a: 👉 Efeito de transmissão do aumento de custos dos bens devido às tarifas e não a uma “nova rutura na oferta”.
Por isso, esta vaga de inflação: ⚠️ É de aumento de custos ✅ Não é de descontrolo sistémico
3️⃣ Olhar para a “estrutura da inflação” esclarece melhor
A inflação divide-se essencialmente em três áreas: 🔋 Energia 📦 Bens 🏠 Serviços (incluindo habitação + núcleo super-core)
A situação atual é: ✅ Energia oscila em mínimos ✅ A inflação da habitação enfraqueceu até outubro (taxas de juro continuam altas) ✅ O núcleo super-core mantém-se estável (o consumo ainda sustenta) 📦 O verdadeiro motor do recente ligeiro aumento da inflação— continua a ser o aumento dos custos dos bens por via das tarifas
E o ponto-chave: 👉 A transmissão é mais lenta do que o mercado esperava 👉 Por isso, até outubro, apesar de a inflação subir, o CPI ficou sempre abaixo das expectativas
4️⃣ Outro fator crucial: efeito de base
A inflação é um “dado relativo”: 📊 Ano a ano compara com o ano anterior 📈 Mês a mês compara com o mês anterior
Depois de uma ronda completa de transmissão do aumento de custos:
É verdade que: ✅ Os preços absolutos sobem sempre a longo prazo (Desde os anos 70, os preços nos EUA triplicaram) Mas isso é inflação moderada de longo prazo, não descontrolo.
Uma boa notícia agora é: ✅ A “taxa efetiva” das tarifas está estável, em torno de uma dezena de pontos percentuais ✅ E há possibilidade de mais isenções
5️⃣ A política é o “teto real da inflação”
A popularidade de Trump caiu acentuadamente, e o principal motivo é apenas um — inflação + condições de vida.
Para as intercalares de 2026, isto é questão de vida ou morte.
Por isso já se nota: ✅ Isenções de tarifas sobre produtos agrícolas ✅ Forte pressão para baixar preços de medicamentos ✅ E mais medidas virão sobre produtos “sensíveis à inflação”
👉 A minha previsão: Em determinado momento do próximo ano, a variação mensal da inflação dos bens pode mesmo ser negativa. Só quando a variação mensal for negativa é que se pode falar em “queda real de preços”.
6️⃣ Prazos e ritmo (versão franca)
Antes, previa-se: 📌 Ligeira subida da inflação no 4.º trimestre 📌 Pico pontual no final do ano ou início do próximo 📌 Queda a seguir
Mas o problema agora é: ⚠️ Dois meses de shutdown governamental → ausência de dados ⚠️ Só quando sair o dado de inflação de novembro se pode confirmar o ponto de viragem
Por isso, só se pode concluir: 👉 A tendência é clara, mas o timing do ponto de viragem só pode ser seguido passo a passo.
🎯 Resumo final
✅ Esta vaga de inflação é pontual e transitória ❌ Pouco provável que evolua para uma inflação galopante como nos anos 70 ou em 2022 📉 O verdadeiro ponto de inflexão depende de: Política de tarifas + variação mensal dos bens ser negativa
Uma mensagem para quem está ansioso com a inflação: Desta vez, é mais um “fôlego”, não um novo corte.