Falemos então sobre se a Reserva Federal dos EUA vai ou não baixar as taxas de juro em dezembro.
Na verdade, a essência da descida das taxas é muito simples — tornar o dinheiro mais barato. O governo dos EUA pode pagar menos juros sobre a dívida pública, e as empresas também conseguem reduzir o custo dos empréstimos. Mas a questão chave é: como é que se avalia se vai mesmo haver descida? Há um indicador central: a rendibilidade das obrigações do Tesouro americano a dois anos.
Este número funciona como uma régua. Cai para 3,2%? Então é praticamente certo que vai haver descida. Fica entre 3,2% e 3,4%, por exemplo ali à volta dos 3,3%? Então pode haver um movimento mais agressivo, tipo uma descida de 50 pontos base. Se saltar para cima dos 3,4%? Esqueça — não vai haver descida.
Com a situação atual, ainda não está no ponto para uma descida das taxas. Mas há um pormenor importante — este rendimento só deve ser analisado perto do período de decisão para ser fiável; neste momento serve apenas como dado de referência antecipado.
Então como é que se pode puxar o rendimento das obrigações a dois anos para baixo dos 3,2%? Basicamente, é preciso que as ações americanas sofram primeiro. Ou há uma correção profunda de 14%-25%, ou então uma volatilidade diária extrema de 2%-3%. Só este tipo de choques conseguiria pressionar o rendimento para baixo.
A lógica é direta: queda acentuada das bolsas → fuga de capitais para a dívida pública → subida do preço das obrigações → descida dos rendimentos → a Fed ganha margem para cortar taxas. Só quando esta cadeia de reações se concretiza é que as condições para uma mudança de política estão maduras.
Obviamente, isto é apenas uma análise pessoal baseada no contexto atual do mercado. No mundo financeiro há demasiadas variáveis — basta um tweet do Trump ou um dado económico inesperado para mudar as regras do jogo. Por isso, este quadro analítico serve mais como uma perspetiva para observação; o resto depende do desenrolar real dos acontecimentos.
Por fim, uma nota importante: nunca tome decisões de investimento baseando-se apenas num indicador. Política macroeconómica, sentimento do mercado, eventos inesperados — tudo conta e deve ser ponderado em conjunto. Esta análise é meramente informativa e não constitui qualquer recomendação de investimento.
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MetaNomad
· 11-23 17:53
No fundo, ainda é preciso esperar que as ações americanas caiam primeiro, caso contrário, a taxa de rendimento não vai descer.
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BasementAlchemist
· 11-23 17:30
No fundo, é só esperar que as ações americanas entrem em colapso, caso contrário, por que haveria de baixar as taxas de juro?
Falemos então sobre se a Reserva Federal dos EUA vai ou não baixar as taxas de juro em dezembro.
Na verdade, a essência da descida das taxas é muito simples — tornar o dinheiro mais barato. O governo dos EUA pode pagar menos juros sobre a dívida pública, e as empresas também conseguem reduzir o custo dos empréstimos. Mas a questão chave é: como é que se avalia se vai mesmo haver descida? Há um indicador central: a rendibilidade das obrigações do Tesouro americano a dois anos.
Este número funciona como uma régua. Cai para 3,2%? Então é praticamente certo que vai haver descida. Fica entre 3,2% e 3,4%, por exemplo ali à volta dos 3,3%? Então pode haver um movimento mais agressivo, tipo uma descida de 50 pontos base. Se saltar para cima dos 3,4%? Esqueça — não vai haver descida.
Com a situação atual, ainda não está no ponto para uma descida das taxas. Mas há um pormenor importante — este rendimento só deve ser analisado perto do período de decisão para ser fiável; neste momento serve apenas como dado de referência antecipado.
Então como é que se pode puxar o rendimento das obrigações a dois anos para baixo dos 3,2%? Basicamente, é preciso que as ações americanas sofram primeiro. Ou há uma correção profunda de 14%-25%, ou então uma volatilidade diária extrema de 2%-3%. Só este tipo de choques conseguiria pressionar o rendimento para baixo.
A lógica é direta: queda acentuada das bolsas → fuga de capitais para a dívida pública → subida do preço das obrigações → descida dos rendimentos → a Fed ganha margem para cortar taxas. Só quando esta cadeia de reações se concretiza é que as condições para uma mudança de política estão maduras.
Obviamente, isto é apenas uma análise pessoal baseada no contexto atual do mercado. No mundo financeiro há demasiadas variáveis — basta um tweet do Trump ou um dado económico inesperado para mudar as regras do jogo. Por isso, este quadro analítico serve mais como uma perspetiva para observação; o resto depende do desenrolar real dos acontecimentos.
Por fim, uma nota importante: nunca tome decisões de investimento baseando-se apenas num indicador. Política macroeconómica, sentimento do mercado, eventos inesperados — tudo conta e deve ser ponderado em conjunto. Esta análise é meramente informativa e não constitui qualquer recomendação de investimento.