Acabou de sair a notícia de que Steve Witkoff e Jared Kushner estão a caminho de Moscovo para conversações presenciais com Vladimir Putin. A agenda? Definir uma estratégia de paz para a Ucrânia.

Isto não é o típico vaivém diplomático. Witkoff, nomeado como enviado especial, juntamente com Kushner — ambos próximos do círculo restrito de Trump — sinaliza que Washington pode estar a testar novos canais fora das rotas tradicionais do Departamento de Estado. O momento também é importante. Os mercados têm estado nervosos com as tensões na Europa de Leste há meses, e qualquer indício de desescalada pode ter impacto nos preços da energia, nas matérias-primas e até em ativos de risco como as criptomoedas.

A disponibilidade de Putin para acolher esta conversa levanta dúvidas. Trata-se de um verdadeiro ímpeto negocial ou de teatro político? Seja como for, só a perceção destes encontros pode alterar o sentimento. Os traders que acompanham os futuros do gás natural e as ações do setor da defesa provavelmente estão colados aos ecrãs.

Conversações de paz não garantem resultados, mas mudam narrativas. E em mercados movidos por manchetes e incerteza, mudanças de narrativa movem dinheiro. Quer isto leve a algo concreto ou acabe por não dar em nada, o facto de estas discussões estarem a acontecer já é digno de nota. Reuniões em Moscovo deste tipo não acontecem isoladamente — são movimentos calculados com potenciais consequências muito para além da mesa de negociações.