Buenos Aires emitirá identificação digital baseada em blockchain

Os primeiros documentos disponíveis na rede em Buenos Aires incluirão certidões de nascimento e casamento, além de comprovante de renda e comprovação acadêmica.
Buenos Aires, capital da Argentina, está dando um grande passo no sentido de integrar sua burocracia com a tecnologia blockchain. A partir de outubro, os moradores da cidade poderão acessar documentos de identidade por meio de carteira digital, conforme comunicado divulgado em 28 de setembro.
Os primeiros documentos disponíveis na rede incluirão certidões de nascimento e casamento, além de comprovante de renda e comprovação acadêmica. O anúncio observa que os dados de saúde e a gestão de pagamentos serão integrados no futuro, e que um roteiro para a implementação da solução baseada em blockchain em todo o país será definido até o final de 2023.
Por trás da infraestrutura do projeto está o QuarkID, um protocolo de identidade digital desenvolvido pela empresa Web3 Extrimian. As carteiras QuarkID são alimentadas pelo zkSync Era, um protocolo de escalonamento Ethereum que usa rollups de conhecimento zero. A tecnologia permite que uma parte prove à outra que uma afirmação é verdadeira sem revelar qualquer informação específica sobre a própria afirmação.
“Este é um passo monumental em direção a um futuro mais seguro e eficiente para os serviços governamentais na América Latina”, disse Guillermo Villanueva, CEO da Extrimian.
Os dados armazenados nas carteiras serão autossoberanos, permitindo aos cidadãos gerir a entrega das suas credenciais ao interagir com o governo, empresas e outros indivíduos. ZkSync Era atuará como camada de liquidação para QuarkID, garantindo que cada cidadão possua as credenciais corretas.
O governo argentino e a cidade de Buenos Aires encaram a sua estrutura de identidade digital como um bem público. Segundo Diego Fernandez, secretário de inovação de Buenos Aires: “Com este desenvolvimento, Buenos Aires se torna a primeira cidade da América Latina, e uma das primeiras do mundo, a integrar e promover esta nova tecnologia e estabelecer o padrão de como outras os países da região devem usar a tecnologia blockchain para o benefício de seu povo.”
Autoridades argentinas estão investigando uma iniciativa semelhante no país, o projeto de identificação digital Worldcoin. Em agosto, as autoridades locais divulgaram que havia uma investigação sobre questões de privacidade relacionadas à coleta, armazenamento e uso de dados de clientes pela Worldcoin.
A Worldcoin também está sob escrutínio na Europa e na África desde o seu lançamento global em julho. Fundado por Sam Altman, cofundador da OpenAI, o projeto coleta exames de retina para verificar os usuários.
*Fonte: Cointelegraph