As últimas informações da ferramenta de observação do Federal Reserve indicam que a probabilidade de corte de juros em janeiro caiu abruptamente de 35% para menos de 18%. Essa mudança significa que o esperado "corte de juros de Ano Novo" de Wall Street virou fumaça, e o ambiente de altas taxas de juros deve persistir muito além das expectativas do mercado.

O efeito em cadeia gerado por esse sinal merece atenção. Primeiramente, há o risco de reprecificação global de ativos. Espera-se que o rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA volte a subir, o que ameaça diretamente as ações de tecnologia sustentadas por altas avaliações. Quando o custo do capital permanece elevado, as empresas que dependem de um ambiente de juros baixos para manter suas avaliações enfrentarão testes severos. Em segundo lugar, sinais de escassez de liquidez já aparecem no mercado de títulos corporativos, com alarmes de risco de inadimplência soando continuamente. Terceiro, o mercado de ativos criptográficos também não escapa dessa tempestade — fundos alavancados em grande escala estão sendo forçados a sair.

De uma perspectiva mais profunda, a razão pela qual o Federal Reserve se recusa a cortar juros pode esconder informações ainda mais preocupantes do que aparenta. Não se trata apenas de uma decisão de manter o status quo, mas possivelmente de preparar o terreno para futuros aumentos de juros. Quando até os formuladores de política mais dovish insistem em manter altas taxas, os dados de inflação que eles veem provavelmente são muito mais severos do que os divulgados publicamente.

Para o primeiro trimestre de 2026, o mercado enfrentará múltiplos choques. Todas as ilusões de corte de juros serão desfeitas, a valorização do dólar provocará uma crise cambial em mercados emergentes, e os ativos de risco passarão por uma venda em massa indiscriminada. Dados históricos mostram que, quando a probabilidade de corte de juros despenca mais de 50%, o S&P 500 tende a cair em média 12% nos três meses seguintes — e desta vez, o impacto será ainda maior.

Para os investidores, algumas ações práticas devem ser tomadas rapidamente. Primeiro, reduzir posições em ações de tecnologia baseadas em avaliações elevadas e títulos de crédito com classificação mais baixa. Segundo, aumentar a alocação em dinheiro e ativos defensivos. Terceiro, avaliar o risco das posições em criptomoedas, reduzindo a alavancagem para níveis seguros e suportáveis.

Cada "mudança de postura hawkish" do Federal Reserve cria vencedores e perdedores. A diferença crucial está em quem consegue perceber antecipadamente os sinais de risco no ambiente de política monetária. Ou ajusta sua carteira proativamente agora, ou sofre as consequências de uma contração de liquidez de forma passiva. As mudanças de política do Fed nunca são anunciadas com antecedência, deixando o mercado apenas com os participantes que reagem rapidamente a oportunidades de fuga.