Como o MiniPay do Opera está a servir como um canal de distribuição para startups africanas de blockchain

MiniPay, a plataforma de carteiras de stablecoin propriedade da Opera e construída na blockchain Celo, está a seguir uma estratégia para construir um ecossistema robusto em torno da carteira. A sua proposta de valor central reside em oferecer às startups emergentes acesso imediato a uma base de utilizadores em crescimento.

Através de um fundo de $40 milhões lançado no final do ano passado [2024], a MiniPay dedica-se a apoiar startups que desenvolvem ou integram com a carteira MiniPay. Como a carteira não custodial de crescimento mais rápido em África, a MiniPay alcançou recentemente o topo da Google Play Store do Quénia, ultrapassando aplicações importantes como Facebook e WhatsApp, segundo Alex Witt, que geriu o fundo.

“Estamos a aproveitar este momentum para ajudar as startups a crescer e escalar,” disse Witt numa entrevista recente.

Até agora, o fundo apoiou as seguintes startups que operam em todo o continente:

• Pretium Africa: Um fornecedor de infraestrutura de última milha
• Partna: Uma startup de on/off-ramp que passou pelo Y Combinator e já está integrada na Nigéria
• Mento: Oferece stablecoins locais, incluindo o xelim queniano e o franco CFA da África Ocidental
• Mural: Permite pagamentos instantâneos a contratantes africanos que trabalham com empresas globais

No seu núcleo, a MiniPay, que ganhou o prémio Web3 na Africa Tech Summit em fevereiro de 2025, serve como um canal de distribuição poderoso ajudando startups a crescerem, conectando-as a uma base de utilizadores em rápida expansão, segundo Witt.

Para muitas jovens empresas, o obstáculo mais difícil é a aquisição de utilizadores – e a MiniPay aborda isso sendo a carteira não custodial de crescimento mais rápido em África.

Crucialmente, não existe cláusula de exclusividade. As startups apoiadas pela MiniPay são livres para construir em outras blockchains e explorar canais de distribuição adicionais.

“O que oferecemos é uma exposição premium: uma oportunidade de aproveitar um ecossistema de carteiras que já está a experimentar um crescimento rápido. É, essencialmente, uma porta para escalar.”

Falando sobre o potencial que veem nas stablecoins, Witt afirmou que os sistemas financeiros complexos e fragmentados de África tornam os pagamentos transfronteiriços particularmente desafiantes. Com 54 moedas diferentes e uma elevada fricção nas transações, a procura por acesso ao dólar é clara – mais de 99% do mercado de stablecoin está denominado em USD.

Em países como a Nigéria, onde a inflação e os controlos de capitais são problemas persistentes, as stablecoins lastreadas em dólar servem como uma solução poderosa tanto para poupar quanto para transacionar. A MiniPay simplifica este acesso: os utilizadores podem enviar dinheiro apenas com um número de telefone, pagar taxas na mesma moeda e desfrutar de liquidação instantânea – tudo sem necessidade de conhecimentos prévios sobre criptomoedas.

Em particular, as stablecoins locais desempenharão um papel crucial na abertura de casos de uso financeiro quotidiano dentro das economias nacionais – desde subscrições e pagamentos de impostos até serviços mais impactantes, como empréstimos e financiamentos.

A MiniPay opera com um comité de investimento composto por três membros, que normalmente chega a uma decisão dentro de uma semana.

O fundo investe entre $250,000 e $1 milhões em startups em várias fases – desde o desenvolvimento inicial do produto até às que já estão a experimentar crescimento lucrativo. O requisito principal é claro: a sua empresa deve ser capaz de aproveitar a plataforma MiniPay para acelerar o seu crescimento.