Ultimamente, todo o mercado está de olho nos movimentos da Reserva Federal dos EUA, e a reunião de política monetária de 11 de dezembro tem praticamente garantida uma descida das taxas de juro. Mas muita gente, na verdade, ainda não percebeu: afinal, como é que uma descida das taxas faz com que o preço das criptomoedas dispare?
**Primeiro, o que é afinal uma descida das taxas de juro?**
Basicamente, significa que a Fed baixa a taxa de juro de referência, que está agora na faixa dos 4,5%-4,75%. Normalmente, cada corte é de 0,25% (ou seja, 25 pontos base), mas se a situação for mais grave, pode descer 50 pontos ou até mais.
O essencial é que isto provoca uma reação em cadeia: o custo de pedir dinheiro emprestado desce → as empresas sentem-se mais motivadas a expandir, as pessoas comuns atrevem-se a pedir crédito para consumir → os bancos tornam-se mais agressivos a conceder empréstimos → há mais dinheiro no mercado → as avaliações das ações sobem (porque a taxa de desconto baixa) → o capital foge das obrigações do Estado (que dão “rendimento fácil”) e vai apostar em tecnológicas, criptomoedas, ouro e outros ativos de risco → o dólar enfraquece, o que, por sua vez, valoriza ativos denominados em dólares como o Bitcoin.
Em linguagem simples? **Descer taxas é abrir as comportas e deixar o dinheiro fluir, o apetite pelo risco regressa, e começa a festa dos ativos de risco.**
**Mas em 2025, isto tem algo de diferente**
(Esta parte do texto original foi cortada, mas percebe-se que o autor quer frisar a natureza especial deste ciclo de descida de taxas.)
Normalmente, os ciclos de descida das taxas surgem acompanhados de recessão económica, mas desta vez está-se a agir antes de a inflação estar completamente controlada e com dados de emprego ainda saudáveis. A Fed está a agir de forma muito cautelosa, a equilibrar-se entre os dados e as expectativas do mercado.
**O que é que a história nos ensina?**
Se olharmos para o desempenho dos ativos nos ciclos anteriores de descida de taxas, o padrão é relativamente claro: - As bolsas tendem a subir primeiro (especialmente o setor tecnológico) - O ouro beneficia da descida das taxas reais - E as criptomoedas? Se não houver crise de liquidez, normalmente disparam de forma violenta
Claro que o diabo está sempre nos detalhes. No início do ciclo, o mercado pode ainda estar a digerir o porquê da decisão, e o verdadeiro pico costuma chegar apenas na fase intermédia ou final da descida das taxas.
**Como é que o mercado está a apostar na reunião de 11 de dezembro?**
De acordo com a ferramenta FedWatch da CME (dados até 7 de dezembro): - Probabilidade de corte de 25 pontos base: 85% - Corte direto de 50 pontos base: 14% - Manter inalterado: 1% (praticamente desprezável)
O gráfico de pontos deve mostrar que a taxa de juro pode descer para cerca de 3,25%-3,5% até ao final de 2026, ou seja, ainda há uma margem de descida de 100-125 pontos base.
Powell deverá recorrer ao discurso habitual: “Estamos a passar de uma política restritiva para uma posição mais neutra, tudo depende dos dados e não vamos pré-determinar o caminho.” Como é que o mercado vai interpretar isto? Vai depender dos detalhes do discurso no dia e das respostas na conferência de imprensa.
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BlockchainArchaeologist
· 12-07 15:52
Após o corte das taxas de juro, a valorização está garantida.
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LiquidatorFlash
· 12-07 15:48
Inverter imediatamente para uma posição longa total
Ultimamente, todo o mercado está de olho nos movimentos da Reserva Federal dos EUA, e a reunião de política monetária de 11 de dezembro tem praticamente garantida uma descida das taxas de juro. Mas muita gente, na verdade, ainda não percebeu: afinal, como é que uma descida das taxas faz com que o preço das criptomoedas dispare?
**Primeiro, o que é afinal uma descida das taxas de juro?**
Basicamente, significa que a Fed baixa a taxa de juro de referência, que está agora na faixa dos 4,5%-4,75%. Normalmente, cada corte é de 0,25% (ou seja, 25 pontos base), mas se a situação for mais grave, pode descer 50 pontos ou até mais.
O essencial é que isto provoca uma reação em cadeia: o custo de pedir dinheiro emprestado desce → as empresas sentem-se mais motivadas a expandir, as pessoas comuns atrevem-se a pedir crédito para consumir → os bancos tornam-se mais agressivos a conceder empréstimos → há mais dinheiro no mercado → as avaliações das ações sobem (porque a taxa de desconto baixa) → o capital foge das obrigações do Estado (que dão “rendimento fácil”) e vai apostar em tecnológicas, criptomoedas, ouro e outros ativos de risco → o dólar enfraquece, o que, por sua vez, valoriza ativos denominados em dólares como o Bitcoin.
Em linguagem simples? **Descer taxas é abrir as comportas e deixar o dinheiro fluir, o apetite pelo risco regressa, e começa a festa dos ativos de risco.**
**Mas em 2025, isto tem algo de diferente**
(Esta parte do texto original foi cortada, mas percebe-se que o autor quer frisar a natureza especial deste ciclo de descida de taxas.)
Normalmente, os ciclos de descida das taxas surgem acompanhados de recessão económica, mas desta vez está-se a agir antes de a inflação estar completamente controlada e com dados de emprego ainda saudáveis. A Fed está a agir de forma muito cautelosa, a equilibrar-se entre os dados e as expectativas do mercado.
**O que é que a história nos ensina?**
Se olharmos para o desempenho dos ativos nos ciclos anteriores de descida de taxas, o padrão é relativamente claro:
- As bolsas tendem a subir primeiro (especialmente o setor tecnológico)
- O ouro beneficia da descida das taxas reais
- E as criptomoedas? Se não houver crise de liquidez, normalmente disparam de forma violenta
Claro que o diabo está sempre nos detalhes. No início do ciclo, o mercado pode ainda estar a digerir o porquê da decisão, e o verdadeiro pico costuma chegar apenas na fase intermédia ou final da descida das taxas.
**Como é que o mercado está a apostar na reunião de 11 de dezembro?**
De acordo com a ferramenta FedWatch da CME (dados até 7 de dezembro):
- Probabilidade de corte de 25 pontos base: 85%
- Corte direto de 50 pontos base: 14%
- Manter inalterado: 1% (praticamente desprezável)
O gráfico de pontos deve mostrar que a taxa de juro pode descer para cerca de 3,25%-3,5% até ao final de 2026, ou seja, ainda há uma margem de descida de 100-125 pontos base.
Powell deverá recorrer ao discurso habitual: “Estamos a passar de uma política restritiva para uma posição mais neutra, tudo depende dos dados e não vamos pré-determinar o caminho.” Como é que o mercado vai interpretar isto? Vai depender dos detalhes do discurso no dia e das respostas na conferência de imprensa.