No investimento, o mais frustrante nunca é ver a conta a ficar no vermelho, mas sim não fazeres ideia de para onde foi o teu dinheiro.

Compras um fundo, dizem-te que é equilibrado entre long e short, com controlo de risco rigoroso e uma rentabilidade anual esperada de 12% — soa tudo muito bem. Mas a posição real? Não consegues ver. Quando o mercado afunda, só podes refrescar o valor líquido do fundo e adivinhar o que aqueles tipos de fato e gravata andam a fazer. Isto não é um caso isolado, é a base do design das finanças tradicionais — a assimetria de informação é, em si, um negócio.

Os ricos podem pagar por transparência: contratam analistas, subscrevem dados, marcam cafés com gestores de fundos. E os comuns mortais? Só têm materiais de promoção e PPTs de roadshows. Mesmo que a lógica da estratégia seja explicada ao detalhe, se a execução correu mal, nunca vais conseguir verificar. A chamada confiança, perante o dinheiro, é na verdade assustadoramente frágil.

O on-chain devia mudar tudo isto. Mas na realidade, embora o DeFi tenha criado bolsas, empréstimos, contratos perpétuos e AMMs nestes últimos anos, a gestão de ativos continua a ser uma caixa negra. A maioria das estratégias ainda é "eu digo o que faço, tu acreditas", só mudou o círculo onde se joga o mesmo jogo da informação desigual. Todos falam de transparência, mas na prática, vê-se muito pouco.

É por isso que reparei no Lorenzo. Não serve para ajudar estrategas a vender histórias ou emoções, mas sim para traduzir estratégias diretamente em código e dados verificáveis on-chain. Posições, lucros e prejuízos, lógica de negociação, exposição ao risco — está tudo lá, não são uns screenshots desfocados num relatório trimestral. Já não és só um investidor passivo a aceitar resultados, mas sim um participante que consegue ver tudo em tempo real.

É assim que o on-chain devia ser.