A que está atado o dólar dos EUA hoje: a evolução do sistema monetário mundial

Nos últimos tempos, os círculos financeiros globais têm debatido ativamente a questão do moderno "âncora" do dólar americano, apesar de a atenção estar voltada para os indicadores econômicos dos EUA. Esta questão é fundamental para a compreensão da atual estrutura da economia global.

Transformação histórica do sistema do dólar

Inicialmente, o consenso global em torno do dólar americano foi formado em 1944 graças ao sistema de Bretton Woods, quando a moeda americana estava atrelada ao ouro. No entanto, esse período durou apenas 29 anos. Em 1973, as autoridades americanas descobriram as imperfeições desse sistema, o que levou à mudança do anexo do dólar.

Para fortalecer ainda mais a dominação do dólar dos EUA no mundo, os Estados Unidos apoiaram a organização petrolífera OPEC e, em 1974, facilitaram a assinatura de um acordo segundo o qual os pagamentos de petróleo passaram a ser feitos em dólares. Assim, o dólar dos EUA ganhou um novo âncora — "ouro negro".

A redução do âncora do petróleo

Do ponto de vista macroeconômico, a estabilidade inicial do dólar dos EUA piorou ao longo do tempo. Em 50 anos de atrelamento ao petróleo, muita coisa mudou na economia mundial. A influência do petróleo como base do sistema do dólar está gradualmente diminuindo. O controle dos Estados Unidos sobre os pagamentos em petróleo está diminuindo, enquanto a diversificação dos métodos de pagamento e o surgimento das moedas digitais enfraquecem o domínio do dólar.

No mundo, vozes cada vez mais se levantam sobre o fato de que o dólar americano está gradualmente se desvinculando do petróleo. Surge a pergunta lógica: qual será o próximo âncora para a moeda americana? Embora formalmente o dólar não estivesse rigidamente atrelado ao petróleo, a implementação dessa ligação através da OPEP proporcionava à moeda americana uma certa flexibilidade.

Novo âncora do dólar — dívida pública dos EUA

Analisando as recentes ações dos EUA e a política de manutenção de altas taxas de juro, pode-se notar uma tendência para a formação de uma nova âncora — a dívida pública dos EUA. O dólar e a dívida americana reforçam-se mutuamente, criando uma certa estabilidade no âmbito do ciclo financeiro interno.

No entanto, essa atrelagem realmente mina a autoridade global do dólar. Quando o dólar é atrelado à dívida pública dos EUA, isso cria uma situação em que a dívida pode ser emitida praticamente sem restrições. Como resultado, o peso financeiro recai não apenas sobre os aliados dos EUA, mas sobre o mundo inteiro, uma vez que a maioria dos mercados financeiros utiliza o dólar como a principal ferramenta de liquidez.

Consequências globais da nova estratégia

Atualmente, os EUA estão tentando convencer o mundo de que a dívida pública americana é a melhor escolha para se proteger contra riscos. O objetivo é fortalecer a confiança no dólar como a moeda mais estável em termos de taxa de câmbio, enquanto transfere o ônus financeiro para a economia global. Na verdade, não é o dólar que se torna âncora da dívida americana, mas sim o mundo inteiro que se transforma em âncora para sustentar o sistema do dólar.

Esta estratégia pode funcionar apenas na ausência de concorrentes sérios dos EUA na arena internacional. No caso do surgimento de sistemas alternativos ou da violação do ciclo fechado, o sistema do dólar pode enfrentar sérios problemas. O pior cenário pressupõe a desvinculação do dólar e seu gradual deslocamento para o segundo plano do sistema monetário mundial, embora essa transição exija um tempo significativo.

O exposto representa uma análise da situação atual, baseada nas tendências econômicas observadas.