Trump tentou destituir a governadora do Fed, Lisa Cook, aumentando a pressão sobre a independência do banco central e influenciando suas decisões.
Desde agosto, a intervenção do governo dos EUA sobre o Fed vem se intensificando, alcançando até nomeações e exonerações de cargos estratégicos. No início do mês, Adriana Kugler deixou o Fed abruptamente e Trump indicou seu conselheiro econômico Stephen Miran para ocupar temporariamente o cargo. Recentemente, o ex-presidente tentou destituir Lisa Cook, um desafio sem precedentes à independência do Fed. Se ele concretizar essas mudanças, junto aos governadores Bowman e Waller indicados em seu primeiro mandato, o governo controlará 4 das 7 cadeiras do Conselho do Fed, podendo influenciar também as presidências regionais da instituição.
Os EUA avançam para uma fase de dominância fiscal com política monetária acomodatícia, refletida nas mudanças recentes de pessoal no Fed. Esse cenário pode resultar em excesso de liquidez de dólares, beneficiando ativos globais de maior risco. A monetização da dívida, repressão financeira e pressão inflacionária podem tornar o déficit fiscal mais eficaz, ampliando o tempo para ajustes estruturais e possibilitando recuperação do ciclo econômico nominal americano.
Entre os dados aguardados para esta semana estão o relatório do mercado de trabalho de agosto, o PMI do ISM e indicadores comerciais como pedidos à indústria e balança. O destaque será o relatório do mercado de trabalho, divulgado nesta sexta-feira. Na semana passada, o PCE veio em linha com o esperado: alta de 0,2%, núcleo subiu 0,27% em julho. O PIB dos EUA cresceu 3,3% no segundo trimestre de 2025, mesmo com desempenho externo fraco, indicando recuperação após a retração no primeiro trimestre.
DXY
A combinação do índice PCE, revisão do PIB e expectativas de juros mais baixos motivou nova queda do dólar, que voltou ao menor nível em um mês.
Juros do título americano de 10 anos
O rendimento do título público de 10 anos dos EUA caiu ainda mais na última semana, acompanhando o movimento de alocação de capital em ativos de risco.
Ouro
O ouro disparou, impulsionado por dados econômicos favoráveis e expectativa de corte de juros pelo Fed. Os números positivos do PCE e do PIB estimularam nova demanda pelo metal.
Preço do BTC
Preço do ETH
ETH/BTC
SOL/ETH
Após várias semanas de alta, o Ethereum passa por ajuste, caindo abaixo do patamar de 4.400 dólares, aguardando novo impulso comprador. O Bitcoin acumula a terceira semana consecutiva de perdas e já está abaixo dos 110.000 dólares.
Com a entrada de novas empresas DAT, investidores encontram uma gama ampliada de ativos cripto estruturados em formatos tradicionais, o que pode acelerar a aceitação do segmento por grandes players institucionais. O uso de alavancagem na aquisição cripto potencializa o impacto dos preços nos tokens subjacentes.
O Ethereum mantém desempenho superior ao Bitcoin e Solana nas últimas duas semanas, refletido na valorização das razões ETH/BTC e SOL/ETH, reforçando a preferência por ETH no período.
Valor Total de Mercado das Criptomoedas
Valor Total de Mercado sem BTC e ETH
A capitalização de mercado total caiu abaixo de 3,7 trilhões na última semana, sendo 1,02 trilhão excluindo Bitcoin e Ethereum. Frente ao domínio de BTC e ETH, os altcoins continuam mais frágeis em aceitação de mercado e adoção por usuários finais. A integração entre bolsas e cripto pode ajudar a desacelerar esse quadro.
Fonte: Coingecko e Gate Ventures (01 de setembro de 2025)
A última semana foi negativa para os tokens do top 30, com muitos ativos sofrendo correções bruscas diante do movimento de realização de lucros. Única exceção foi o CRO, que se destacou graças ao anúncio da parceria entre Trump Media, Crypto.com e Yorkville Acquisition para operação de-SPAC com estratégia DAT focada em CRO.
WLFI estreia em diversas exchanges em 1º de setembro. O preço já ultrapassou várias vezes o valor inicial dos investidores e a expectativa é ampliar o alcance da marca para múltiplos segmentos, incluindo stablecoins. O token firmou parceria estratégica com a ALT5 Sigma (NASDAQ), que levantou 1,5 bilhão de dólares para o tesouro WLFI e adicionou Eric Trump ao quadro de diretores.
O Google Cloud está criando sua própria blockchain, o Google Cloud Universal Ledger (GCUL), pensada para viabilizar pagamentos e produtos financeiros digitais. O GCUL está em testnet privada e deve ser detalhado nos próximos meses. O projeto é uma infraestrutura “performática e neutra”, voltada para bancos e instituições, compatível com contratos inteligentes baseados em Python e acessível via API exclusiva. A multinacional reforça o foco em conformidade regulatória, automação de pagamentos e gestão de ativos digitais sob regras rígidas.
Apesar de ser chamado de rede Layer 1, o modelo permissionado e privado do GCUL gera questionamentos na comunidade cripto, que vê falta de descentralização. O projeto foi revelado em março de 2025, quando o Google Cloud anunciou piloto com a CME Group para testes de pagamentos institucionais e tokenização de ativos. Se for bem-sucedido, o GCUL poderá se tornar serviço empresarial estratégico, ampliando o papel do Google Cloud na junção de fintech e infraestrutura blockchain.
O hedge fund da Numerai ($NMR), focado em IA, obteve até 500 milhões de dólares da JPMorgan Asset Management, batendo recorde histórico de captação. Em apenas três anos, os ativos sob gestão (AUM) subiram de 60 para 450 milhões de dólares, apoiado por uma rede global de data scientists.
O histórico da JPMorgan como maior alocadora mundial em estratégias quantitativas e de machine learning valida a abordagem da Numerai. Em 2024, o fundo global de ações gerou retorno líquido de 25%, reforçando credibilidade no setor. A equipe ampliou o quadro, contratando um pesquisador de IA vindo da Meta, um engenheiro de trading da Voleon e outros especialistas em infraestrutura quantitativa. O aporte marca uma virada, levando o fundo a competir em escala e fortalecer laços com finanças tradicionais.
Aave Labs lançou Horizon, plataforma institucional para empréstimos em stablecoins com garantia em ativos reais tokenizados (RWAs), como Treasurys americanos e CLOs. Baseado na versão permissionada do Aave V3, o Horizon oferece crédito eficiente, conformidade regulatória rígida e operações 24/7 voltadas para o mercado institucional. Instituições qualificadas podem aportar títulos tokenizados como garantia e tomar stablecoins como USDC, RLUSD ou GHO. A conformidade é gerida via permissionamento do emissor, sem impedir a componibilidade das stablecoins nos mercados DeFi.
Entre os parceiros estão Circle, VanEck, WisdomTree, Chainlink, Centrifuge, Superstate, OpenEden, Hamilton Lane, Securitize, Ethena e Ant Digital Technologies. Os ativos suportados incluem fundos tokenizados renomados, como Superstate USTB e USCC, USYC da Circle, JAAA e JTRSY da Centrifuge e VBILL da VanEck — juntos, movimentando o mercado on-chain de RWAs que já ultrapassa 25 bilhões de dólares. A arquitetura do Horizon é suportada pelo Chainlink SmartData, começando pelo Onchain NAV para avaliação instantânea de fundos diretamente na blockchain, viabilizando empréstimos automatizados e supercolateralizados para escala institucional do DeFi.
A Credit Coop fechou rodada semente de 4,5 milhões de dólares, liderada por Maven 11 Capital e Lightspeed Faction, com apoio de Coinbase Ventures, Signature Ventures, Veris Ventures, TRGC e dlab. O aporte vai impulsionar a expansão da plataforma de crédito programável para stablecoins. A startup mira uma oportunidade de pagamentos de 25 trilhões de dólares, enfrentando gargalos dos trilhos tradicionais que atrasam liquidações empresariais. Seu principal produto, uma linha de crédito garantida via tecnologia Spigot, converte recebíveis futuros (como liquidações Visa/Mastercard) em capital de giro instantâneo. O reembolso ocorre programaticamente, eliminando risco de contraparte e mantendo tudo 100% on-chain, transparente e em conformidade com o artigo 12 da UCC.
A empresa planeja ir além dos pagamentos, oferecendo antecipação para marketplaces, SaaS e assinaturas, tornando qualquer fluxo de caixa digital financiável instantaneamente. Os primeiros clientes incluem Rain, Coinflow, Tulipa Capital, Re7 Capital e Valinor, com 180 milhões de dólares processados, 8,7 milhões em empréstimos ativos e inadimplência zero — além de 130 milhões de dólares já na fila de demanda. O novo funding acelera o desenvolvimento do produto, expansão da rede e integração de credores e tomadores, posicionando a Credit Coop como base do crédito instantâneo e programável na era das stablecoins.
A M0, startup de infraestrutura para stablecoins, captou 40 milhões de dólares em rodada Série B liderada por Polychain Capital e Ribbit Capital, com Endeavor Catalyst, Pantera Capital e Bain Capital Crypto. O round envolveu equity e tokens bloqueados, elevando o total captado pela M0 para quase 100 milhões de dólares.
Lançada em 2023, a M0 nasceu para criar a camada zero do dinheiro — uma rede base que integra emissores de stablecoin de forma fluida. A empresa fornece infraestrutura para liquidez e interoperabilidade entre stablecoins, eliminando a complexidade de transferências entre blockchains como Ethereum e Solana. Parceira da MetaMask no lançamento de stablecoin própria, a M0 foca em escalar emissores antes de priorizar a rentabilidade.
O funding ocorre no contexto da expansão das stablecoins, evidenciada pelo IPO da Circle avaliado em 30 bilhões de dólares e pela aprovação do Genius Act, que estabeleceu marco regulatório federal para o setor. Gigantes de tecnologia como Meta e Airbnb, além de bancos como JPMorgan e Bank of America, também estudam integração. A M0 busca protagonismo nesse cenário.
A Rain, plataforma referência em pagamentos empresariais com stablecoins, captou 58 milhões de dólares em rodada Série B liderada por Sapphire Ventures, com participação de Dragonfly, Galaxy Ventures, Endeavor Catalyst, Samsung Next, Lightspeed e Norwest. O total já chega a 88,5 milhões de dólares, cinco meses após o Série A. A solução permite que fintechs, bancos e marketplaces integrem stablecoins em cartões, wallets e pagamentos via API única. Sua infraestrutura cobre todo o ciclo — entrada, custódia, uso e saída de recursos — para mais de 1,5 bilhão de pessoas via parceiros globais. A Rain expande operações para Europa, Oriente Médio, África e Ásia-Pacífico, impulsionada pelo GENIUS Act nos EUA e MiCA na Europa.
Pioneira nos cartões Visa baseados em stablecoin, a Rain já processou milhões de transações em 150 países e registrou crescimento de 10 vezes em 2025. Parceiros de portfólio incluem Nuvei, Avalanche, Dakota e Nomad, que usam a solução para pagamentos, compras, B2B e folha internacional. A Rain é membro principal da Visa, liquidando 100% do volume de cartões diretamente em stablecoins. Com o novo funding, vai escalar equipes de engenharia, conformidade regulatória e negócios, apoiar parceiros existentes e entrar em novos mercados, sempre atendendo exigências de conformidade das grandes empresas.
Foram fechados 27 deals na semana passada, sendo Infra responsável por 11 negócios (41% do total). Social, Data e Gamefi responderam por 1 negócio cada (4%) e o DeFi por 13 deals (48%).
Resumo semanal de deals, Fonte: Cryptorank, Gate Ventures, em 01 de setembro de 2025
O volume total de funding divulgado na semana foi de 237 milhões de dólares, com 9 dos 27 negócios sem valor revelado (33%). O maior aporte veio de Infra, 137 milhões de dólares. Destaques: Rain 58 milhões, M0 40 milhões.
Resumo semanal dos deals, Fonte: Cryptorank, Gate Ventures, em 01 de setembro de 2025
Os aportes semanais somaram 237 milhões de dólares na quinta semana de agosto de 2025, alta de 60% frente à anterior. Na comparação anual, a alta é de 28%.
Gate Ventures, braço de venture capital da Gate, investe em infraestrutura descentralizada, middleware e apps capazes de transformar o mundo na era Web 3.0. Trabalhando ao lado de líderes globais, a Gate Ventures apoia times e startups com potencial para redefinir finanças e interação social.
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